Avançar, devagarinho. Uma coisa de cada vez, em pezinhos de lã, sem alaridos e rodopios. Deixar entrar e entranhar as rotinas, vivê-las, apreciá-las e dar mais um passo. Desligar dos protótipos e do que projetam para nós. Fazer sacrifícios, lutar, e tentar. Dar outro passo. Mas sem culpas ou penalizações, que para isso já existem as catástrofes inesperadas.
Ver em cada situação uma oportunidade e não deixar os medos vencer. Se isso acontecer, tentar amanhã, mais uma vez. Mais um passo dado.
Não há pressas, não existe nenhum comboio ou avião para apanhar, nem o mundo acaba amanhã (até ver!).
Grão a grão, enche a galinha o papo.
segunda-feira, 12 de setembro de 2016
segunda-feira, 5 de setembro de 2016
Setembro!
O mês dos recomeços está aí, entrou em força, como sempre.
Recomeçar é um dos predicados que melhor me define. Já vivi muitos, não no sentido literal da palavra e não por obra do acaso. Nos últimos anos foram recomeços sem fim, em quantidade (e muitos deles no sentido literal da palavra). Para quem me conhece sabe que sem eles eu não teria sucesso, ou seja, não seria feliz.
Que este Setembro seja, finalmente, o grande recomeço, com vários projetos pelo meio, mas que dure tanto quanto desejo(amos).
Para o começo deste pequeno projeto nada melhor do que algo relacionado com o meu (nosso) principal foco, o qual temos vivido em pleno: a família.
Carta à minha filha
Filha:
Escrevo-te plea milésima vez, mas esta é a primeira em que a registo. Desde o dia 11 de Dezembro de 2014 foram mil as palavras que te disse em forma de carta, e outras tantas que imaginei.
Sempre gostei de conversar contigo, de te contar o meu dia, como me sinto. Há algo sobre mim que cedo perceberás: sou transparente. Com o tempo espero conseguir moldar esta minha caraterística para não te fazer sofrer. Mas também espero que ela não desapareça para conseguires receber em pleno todos os sentimentos bons que tenho por ti.
Poderia dizer-te que és uma dádiva, mas não acredito em Deus ou que algo mitológica te tenha trazido até mim. Mas és o meu tesouro, embora também não acredite em piratas. Acredito sim que tenho que te proteger, de cuidar de ti e não te largar, visto seres a pessoa mais valiosa do meu mundo.
Serás sempre tu quem me fez mãe. Sê-lo só me trouxe coisas boas. Vivo com o coração nas mãos, e continuo a aprender a gerir toda essa ansiedade. Mas tu és a responsável pela minha calma, a minha serenidade e a minha convicção. És tu a responsável por ter coragem para gerir todas estas emoções.
Quis muito ser mãe, desejei muito ser tua mãe e todos os dias penso como ser cada vez melhor. Mas confesso que é o instinto que me guia. Quero muito que cresças saudável, que nunca tenhas um problema de saúde maior e que os bichinhos não te ataquem muitas vezes o sistema imunológico. Mas quero ainda mais que cresças e sejas sempre feliz. Que voes, experimentes e escolhas. Que tentes, falhes, caias e voltes a tentar. Que consigas, que sintas, que te emociones. E só te consigo ensinar isso com o meu instinto e amor.
Hoje, e mesmo depois de um ano atribulado, observo-te e tenho a certeza que estou(amos) no caminho certo. Sorris o dia todo, expressas frustração e desagrado, gostas mais do Benji do que alguma vez gostarás de chocolate (espero!) e dás gargalhadas infinitas com o verde das plantas. Se estou, não me largas, mas facilmente te encantas por cães, outros meninos e músicas. É uma animação viveres com a avó Fátima e os teus olhos brilham quando chamamos o Dé. Pedes colo a toda a hora e quando não pedes queres correr sem saber (ainda) andar Ficas louca com passeios na rua e não desistes enquanto não te derem água, ou então um biberon bem cheio de leite (quem diria, sua "viciada em maminha"!).
É um privilégio ver-te crescer. Enche-me o coração cada novo bater de asas que dás. És a minha borboleta. Por isso, voa, voa até onde quiseres ou o vento te levar,(mas cresce devagarinho, se faz favor).
Um xi-coração,
Mãe
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