quarta-feira, 5 de abril de 2017

Dia dos filhos.

Matilde:

Continuo a escrever-te mil cartas, mesmo sabendo que nunca chegarão até ti. Todos os dias tenho pensamentos românticos sobre o futuro e quando fores mais crescida. Mais, todos os dias vejo que és (somos) mais. Mais observadora(s), mais independente(s), mais forte(s), e sobretudo, mais feliz. 
Quando te adormeço e olho para o nosso dia continuo a ter a certeza que é este o caminho. O da incerteza e imperfeição, mas é ele que nos torna tão unidas, tão próximas, tão mãe e filha. É ele que faz de ti a miúda curiosa, irrequieta e sorridente que és. É este caminho, com mais horas fora de paredes do que dentro, com mais rua e menos rotinas, com mais pessoas e menos objetos, com mais histórias reais e menos fantasias que eu sempre quis para ti, para nós. 
Ser tua mãe define o meu dia. Com menos ou mais trabalho, com menos ou mais dinheiro, será sempre este o meu papel principal. Por escolha e decisão minha. Por opção, consciente e tranquila. Por ser o melhor para ti, mas acima de tudo por ser o que me faz mais feliz. Sim, ser tua mãe é o que mais gosto de ser e fazer. Mesmo no meio do caos, é o que mais gosto de ser e fazer. 

Um xi-coração apertado,

Rita